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O cantor Abel Tesfaye, conhecido mundialmente como The Weeknd, dá um passo ousado em sua carreira artística com Hurry Up Tomorrow, um projeto que vai muito além de um simples filme. Co-escrito, produzido e estrelado por ele, o longa dirigido por Trey Edward Shults reúne no elenco nomes como Jenna Ortega e Barry Keoghan, e propõe uma nova linguagem narrativa que une cinema, música e arte performática.
Com elementos de thriller psicológico, surrealismo e traços autobiográficos, o filme apresenta Tesfaye interpretando uma versão ficcional de si mesmo: um músico insone e emocionalmente instável que embarca em uma jornada existencial. A trama é guiada por Anima (Ortega), uma fã enigmática que representa mais do que aparenta. A inspiração para a história veio de um momento real e vulnerável da vida do artista — quando perdeu a voz durante um show em 2022. Esse episódio serviu como ponto de partida para uma profunda reflexão sobre identidade, exaustão emocional e os conflitos entre fama e autenticidade.
Hurry Up Tomorrow também funciona como uma extensão visual do novo álbum homônimo de The Weeknd, encerrando uma trilogia iniciada com After Hours e Dawn FM. A obra marca a transição do artista de uma persona hedonista e misteriosa para uma figura mais introspectiva, aberta a explorar falhas e emoções reais. “Esse filme me permitiu explorar minhas falhas e minhas vulnerabilidades. Foi terapêutico”, declarou Tesfaye ao The Guardian.
Apesar do forte apelo artístico, o filme teve uma estreia tímida nas bilheteiras, arrecadando apenas US$ 3,3 milhões nos EUA, bem abaixo do orçamento estimado de US$ 15 milhões. Ainda assim, o projeto se destaca por sua proposta autoral, mais voltada ao público interessado em experiências sensoriais do que em grandes sucessos comerciais.
A passagem de Tesfaye pela série The Idol, da HBO, também teve papel importante em sua evolução como criador audiovisual. O cantor afirma que a experiência o preparou para o cinema, e Hurry Up Tomorrow marca, segundo ele, o início de um novo capítulo em sua trajetória artística.
No fim das contas, Hurry Up Tomorrow é uma obra que desafia fronteiras, funde som e imagem e reflete a coragem de um artista que não teme se reinventar — mesmo que isso signifique perder a voz para finalmente ser ouvido.
Redação: Rádio Prime On.