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Lançado em 1977, o álbum dos Bee Gees transformou as pistas de dança em templos da cultura pop mundial.
Era 1977. As luzes nas boates se multiplicavam em reflexos, as pistas de dança vibravam com energia e, no meio daquele cenário cintilante, surgia uma batida impossível de ignorar. Foi nessa atmosfera que os Bee Gees lançaram a trilha sonora do filme Saturday Night Fever (no Brasil, “Os Embalos de Sábado à Noite”), e o que parecia um álbum-complemento de cinema tornou-se um marco cultural.
Com vendas que ultrapassaram 40 milhões de cópias, reconhecimento como Álbum do Ano no Grammy e o status de um dos discos mais influentes da história da música, essa obra se transformou em muito mais do que sucessos dançantes — tornou-se memória, movimento e celebração.
Tudo começou com um artigo publicado na New York Magazine intitulado “Tribal Rites of the New Saturday Night”. Ele retratava jovens nova-iorquinos que encontravam nas discotecas não apenas lazer, mas identidade. O produtor Robert Stigwood leu o texto, viu potencial para o cinema… e convocou os Bee Gees para compor a trilha. Em um estúdio na França, entre improvisações e risadas, brotaram “Stayin’ Alive”, “Night Fever” e “How Deep Is Your Love”.
Em Miami, nos estúdios Criteria, o trio enfrentou um dilema: não havia baterista disponível. Mas a criatividade falou mais alto. O produtor Albhy Galuten captou dois compassos de “Night Fever” e repetiu o loop analogicamente até gerar a pulsação central da faixa. O resultado? Uma batida hipnótica que se tornou trilha sonora global das pistas.
O disco estreou sem alarde, mas seus efeitos foram explosivos: permaneceu por 24 semanas no topo da parada da Billboard 200 e liderou por 18 semanas o ranking do Reino Unido. Cada faixa virou praticamente hino – “How Deep Is Your Love” para os apaixonados, “Night Fever” para a pista de dança, “Stayin’ Alive” para quem buscava sobrevivência urbana.
A simbiose entre o filme e o álbum era perfeita: o público assistia ao enredo de John Travolta dançando e ia direto para as lojas de disco querendo ouvir aquele som, e as rádios passavam as músicas quase sem parar. Em 1979, o álbum levou o Grammy de Álbum do Ano. Em 2012, foi incluído no Registro Nacional de Gravações da Biblioteca do Congresso dos EUA como peça de valor histórico e cultural.
Décadas depois, o espelho-bola ainda reflete. As batidas de Saturday Night Fever seguem vivas em filmes, playlists, festas ou nas lembranças de quem esteve naquele momento. Os Bee Gees continuaram suas carreiras — com altos e baixos —, mas nenhum outro álbum capturou o espírito de uma geração com tanta clareza.
“O mundo inteiro começou a dançar”, disse Barry Gibb na época… e de certa forma, ainda dança.