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Há duas décadas, o guitarrista formava o John Mayer Trio e deixava para trás o rótulo de astro pop para mergulhar de vez no blues e no rock — um passo decisivo que o colocaria ao lado da lendária banda britânica.
John Mayer completa 48 anos nesta quinta-feira, 16 de outubro, celebrando não apenas mais um aniversário, mas também duas décadas de uma das maiores viradas artísticas de sua trajetória. Foi em 2005 que o músico norte-americano, então conhecido por baladas pop e hits radiofônicos, decidiu mudar de rota e formar o John Mayer Trio, ao lado do baixista Pino Palladino e do baterista Steve Jordan — um projeto que redefiniu seu som e abriu as portas para os palcos dos Rolling Stones.
Nos primeiros anos dos anos 2000, Mayer havia conquistado fama mundial com álbuns como Room for Squares (2001) e Heavier Things (2003). Canções como Your Body Is a Wonderland e Daughters o tornaram um ícone do pop melódico, colecionando Grammys e fãs ao redor do mundo. Mas o sucesso trouxe também uma inquietação: o artista queria mais do que a imagem de cantor sensível — queria ser reconhecido como guitarrista, improvisador, músico de verdade.
Mayer passou a se dedicar ao estudo dos grandes mestres do blues e do rock: B.B. King, Albert Collins, Buddy Guy, Eric Clapton e Jimi Hendrix tornaram-se suas maiores inspirações. Entre gravações e jam sessions em pequenos clubes, ele lapidava um novo som — mais cru, intenso e autêntico.
Em 2005, essa busca se concretizou com a formação do John Mayer Trio. Ao lado de Palladino e Jordan, Mayer criou um grupo que fugia completamente do formato pop. O trio explorava o blues-rock com improvisos longos e grooves densos, resultando no álbum Try! Live in Concert, gravado em Chicago e lançado ainda naquele ano.
O disco revelou um Mayer diferente — visceral, maduro e dominando a guitarra com precisão e emoção. Faixas como Who Did You Think I Was e Good Love Is On the Way mostraram ao público que o artista havia encontrado uma nova identidade musical.
Pouco depois, o trio recebeu um convite histórico: abrir três shows da turnê A Bigger Bang dos Rolling Stones, em outubro de 2005. As apresentações em Washington e Filadélfia aconteceram justamente na semana em que Mayer completava 28 anos.
A experiência foi um divisor de águas. Diante de plateias acostumadas à energia bruta do rock clássico, Mayer precisou provar que era mais do que um pop star. Ao lado de Pino e Jordan, entregou performances incendiárias que arrancaram aplausos do público dos Stones — e consolidaram seu renascimento musical.
Da energia do trio nasceu Continuum (2006), álbum que uniu o virtuosismo do blues à sensibilidade das canções pop. Produzido por Mayer e Steve Jordan, o trabalho trouxe sucessos como Gravity e Vultures, rendendo mais um Grammy e a aclamação da crítica.
Desde então, o John Mayer Trio se tornou um símbolo de liberdade criativa. O grupo voltou aos palcos em 2008, no show Where the Light Is, e mantém-se como um “laboratório” musical para o artista até hoje.
Curiosamente, o destino dos três integrantes se entrelaçou novamente ao longo dos anos. Steve Jordan passou a integrar oficialmente os Rolling Stones em 2021, após a morte de Charlie Watts. Já Pino Palladino continua sendo um dos baixistas mais requisitados do mundo, colaborando com artistas como The Who e Adele.
Duas décadas depois, o John Mayer Trio segue como um marco na carreira de Mayer — o ponto em que ele deixou de ser apenas uma voz suave do pop e se firmou como um dos grandes guitarristas e compositores de sua geração. Aos 48 anos, John Mayer celebra não apenas o tempo, mas o som atemporal que o mantém em movimento.